segunda-feira, 10 de outubro de 2011

[A parte q explico porque sou vadia]

Sou uma vadia. Pois não ligo mais pelo que pensam de mim. Pois faço as coisas que me dá na teia. Também acho que me tornei uma vadia porque não amo mais. As vadias não amam. Elas querem ser amadas por todos, mas, preferem não amar ninguém. Foi nisso que me tornei. Uma especie de pessoa que não se importa muito com o sentimento dos outros. Eu não minto sobre as coisas que faço. Mas, omito. Dou sempre um jeito de sair de fininho, inventar uma desculpa para se encontrar com alguém, para aprontar alguma coisa.
Não sei porque me tornei isso que sou hoje. Antigamente, eu conseguia amar. Conseguia ser fiel. Hoje não. O sonho da minha mãe é me ver casar. Mas, não quero trazer tanto sofrimento para a pessoa que estiver disposta a casar comigo. Também tenho medo de casamento. De ter o compromisso de ter que ser fiel. Eu sempre sonhei com o meu casamento, mas, não é pelo que vem depois. É só pela festa. Só pela diversão de ser protagonista, de ter todos os holofostes virados para mim.
Eles pensam que sou santa. Que sou uma ótima pessoa. Só porque tenho 23 anos e sou bem resolvida. Porque tenho carro, porque me formei. Mas, todos estão enganados. Porque ás vezes penso em ser prostituta, ganhar dinheiro rápido, só pelo gesto patetico de dar prazer a homens carentes.
Sou tão diferente da minha mãe. Tadinha, ela é sim uma santa! Só vai de casa para o trabalho, do trabalho para a igreja. Aos seus 46 anos nunca se quer conheceu um motel. Eu queria ser assim, mas, acho que é tarde para isso.
Ás vezes acho que sou feminista, mas, vadia é a melhor definição pelo que me tornei. Uma pessoa que ama companhia, que ama sentir prazer em todas as coisas, mas, que ao mesmo tempo odeia as atitudes das pessoas (principalmente dos homens).
Será que isso tudo é complexo de inferioridade?
Pensando bem, não sou uma vadia. Existem piores. Eu só não consigo amar ninguém.

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